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NÓS E A SOMBRA

NÓS E A SOMBRA

Saudações,

A Sombra descrita no título vem a ser um dos arquétipos conceituados por Jung, e que compõe nosso inconsciente coletivo, a camada mais profunda do nosso inconsciente onde temos guardadas memórias ancestrais.

Este arquétipo Sombra representa o lado escuro, inferior e primitivo em nós e que nos impele por vezes a atitudes inadequadas diante do outro, do mundo e de nós mesmos.

E é difícil lidar com nossa Sombra. Quem de nós assume com o lado invejoso, egoísta, impulsivo, moralmente condenável? 

As explosões emocionais que ocorrem por vezes em momentos de choro sem motivo aparente, agressividade ou irritação diante de situações aparentemente bobas, são o indício do represamento de nossa Sombra. Não querendo aceitá-la, tentamos escondê-la, negá-la, mas temos de saber que nada mais forte e perigoso do que nós mesmos e nossas capacidades psíquicas.

Quando esta energia contida neste arquétipo nos toma, invadindo nossa consciência (Ego), é difícil reagir. Diria quase impossível para quem não tem um preparo emocional, uma capacidade de retornar ao centro através da presença de espírito.

Existem outras formas de tentar amenizar este nosso lado Sombra, por mecanismos chamados mecanismos de defesa, tal qual a projeção, quando de maneira bastante confortável para o ego, descobrimos onde está o mal: no outro ou como na infantil postura da negação; basta negar aquele algo em si mesmo e pronto, não é mais com você. O fato é que estes mecanismos nos dão um alento, mas de certo, trazem terríveis efeitos colaterais.

O que nos cabe nesta hora é aceitar este aspecto Sombra que trazemos em nós e o aceitando, desenvolver uma capacidade de dialogar e buscar extrair dele o seu lado positivo, produtivo, estimulante e criativo. Como exemplo, podemos citar um sentimento muito comum hoje e sempre, que é a inveja de alguém por outro que tem o sucesso, que será negativa enquanto energia canalizada para produzir ódio ou até mesmo prejudicar o outro. No entanto, podemos utilizar esta mesma energia, canalizando-a de forma produtiva, extraindo dela o estímulo e a criatividade necessária para buscar o nosso próprio sucesso ao invés de simplesmente remoermos, odiarmos e nos incomodar com o sucesso alheio.

Só para registro, reflexão e, quem sabe, prática. 

Fecha o pano.

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