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TEMPOS LÍQUIDOS

TEMPOS LÍQUIDOS

O filósofo e sociólogo polonês, Zygmunt Bauman disse que vivemos tempos líquidos, onde nada é para persistir, permanecer e tornar-se verdadeiramente necessário. Esta transitoriedade evita a observação pausada daquilo que experimentamos. O desejo reside na ansiedade e se perde no imediatismo.

Nas relações em tempos de redes sociais o outro é analisado por suas fotos e frases de efeito. Não há desagrados, se não gosto de uma forma de pensar, deleto e bloqueio. Inexistindo profundidade nas relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar produtivo. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços, pois as discussões são mudas e distantes e as relações começam ou terminam sem nenhum contato.

Por um lado um isolamento protetor, por outro, uma absoluta exposição, onde tudo é desvendado, desde o que se come ao que se compra, além do que aparentemente atormenta ou alegra.

Tempos de secreta angústia que filosoficamente é o sentimento do nada. Diante do corpo inquieto e alma sufocada, tudo se torna vacilante, tudo podendo ser deletado: o amor, os amigos...